
O Corinthians busca uma nova guinada em suas receitas e já se movimenta para encontrar outro parceiro disposto a dar nome ao seu estádio em Itaquera. A ideia é substituir o atual contrato de naming rights, que hoje rende aproximadamente R$ 15 milhões por ano, por um novo acordo que poderia chegar a R$ 700 milhões em dez anos.
Para isso, o clube calcula que a multa rescisória, atualmente reduzida para cerca de R$ 70 milhões, poderia ser paga logo no início da operação. Assim, o prejuízo inicial seria compensado pelos lucros ao longo dos anos seguintes. Esse é o projeto da nova gestão comandada pelo novo presidente Osmar Stabile.
Leia Mais: Como NFL e Corinthians construíram “parceria dos sonhos” nos últimos anos
Apesar da atratividade dos números, especialistas apontam que o processo está longe de ser simples. Depois de anos em que o estádio foi chamado apenas de Itaquerão ou Arena Corinthians, a consolidação do nome Neo Química Arena representou um avanço na fixação de uma marca junto ao público. A troca, portanto, envolve riscos não apenas financeiros, mas também de identidade.
Casos de outros clubes ajudam a ilustrar a complexidade. A mudança constante de nomes no estádio do Athletico Paranaense é frequentemente citada como um exemplo de ruído na consolidação da marca. Já a tentativa de transformar o tradicional Morumbi em Morumbis gerou impacto inicial, mas perdeu força com o tempo, mostrando que apenas alterar a nomenclatura não garante relevância ou lembrança duradoura.
Na avaliação de Anderson Nunes, head de Negócios da Casa de Apostas, empresa que adquiriu naming rights em arenas da Copa do Mundo de 2014, a operação exige mais que a simples compra do direito.
“Para uma empresa que chega para ocupar esse espaço, é necessário entender que o investimento não deve ficar apenas na compra do direito. Será necessário um trabalho robusto de ativação, mídia, relações públicas e assessoria de imprensa. Estratégia de lançamento, comunicação, sustentação e relacionamento. Mais que o espaço, é preciso ter propósito”, afirma.
Leia Mais: Corinthians oficializa renovação de R$ 1,3 bilhão com a Nike após ‘flerte’ com Adidas
Outro ponto sensível é a condução da saída do atual parceiro. Para Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM, o modo como o Corinthians lida com o contrato em vigor é fundamental para a imagem institucional.
“Ainda que valores maiores sempre interessem ao clube e a ansiedade de gerar boas notícias seja natural em qualquer nova gestão, é fundamental que negociações de distrato antecipado em contratos de longo prazo ocorram de forma confidencial e respeitosa. Isso transmite profissionalismo ao mercado, dá segurança a futuros parceiros e evita a percepção de que a relação está baseada apenas no valor do cheque”, analisa.
Assim, a busca do Corinthians por um acordo milionário esbarra em obstáculos que vão muito além das cifras. A transição, segundo especialistas, precisa equilibrar ambição financeira, cuidado jurídico e construção de marca. Mais do que um novo nome na fachada de Itaquera, o desafio é garantir que o investimento represente não apenas receita imediata, mas também relevância duradoura.
The post Corinthians tem desafios para conseguir acordo de R$ 700 mi por nome no estádio appeared first on InfoMoney.
source https://www.infomoney.com.br/esportes/corinthians-tem-desafios-para-conseguir-acordo-de-r-700-mi-por-nome-no-estadio/
0 Comentários