Ações, criptomoedas, fundos: quais foram os melhores investimentos de 2025?

Se 2025 começou com a renda fixa como protagonista por conta dos juros altos, termina com investidores que diversificaram na renda variável satisfeitos com o retorno de suas carteiras. O CDI impôs uma barreira alta para ativos de risco, mas foi possível garantir retornos superiores em ações, fundos de investimento e criptomoedas. 

Lá fora, a narrativa não foi apenas sobre as big techs, mas incluiu segmentos ao redor da inteligência artificial: empresas de armazenamento de dados tiveram os melhores desempenhos do S&P 500. 

No Brasil, a Bolsa brasileira mostrou que, mesmo em um cenário de juros altos, havia espaço para valorização e recordes. Setores que sofreram nos anos anteriores, como educação e construção civil, protagonizaram recuperações que renderam retornos superiores a 100%. 

Provando que a diversificação é a melhor estratégia, é possível listar ativos avaliados como bons investimentos em cada segmento ao longo de 2025; confira: 

Ações

Quem investiu R$ 10 mil em ações no primeiro dia do ano pôde resgatar R$ 12,6 mil livres de impostos em 15 de dezembro, segundo cálculos de Rafael Winalda especialista em renda fixa do Inter, considerando uma carteira que replica a composição do Ibovespa. 

No entanto, algumas ações ofereceram retornos ainda mais robustos. Em um cenário de maior apetite por ações de risco, papéis que vinham sendo penalizados pelo mercado tiveram forte recuperação, como o da Cogna (COGN3), que teve o maior retorno entre as ações do Ibovespa no ano até 26 de dezembro após um período de reestruturação e redução de custos. Apesar da disparada superior a 200% no ano, COGN3 ainda caía mais de 30% no acumulado de cinco anos. 

A lista das ações do Ibovespa com maior retorno em 2025 ainda tem três construtoras: Cury (CURY3), Cyrela (CYRE3) e Direcional (DIRE3), que continuaram performando bem apesar da Selic alta e são favorecidas pela expectativa de queda da Selic no início do próximo ano. 

No setor de energia elétrica, a Axia (AXIA3), antiga Eletrobras, liderou os ganhos após privatização e anúncio de nova política de dividendos. O top 10 ainda tem a CPFL (CPFE3). Confira: 

Ação Retorno em 2025
Cogna (COGN3) 241,11%
Cury (CURY3) 112,94%
Axia Energia (AXIA3) 102,58%
BTG Pactual (BPAC11) 100,24%
Cyrela (CYRE3) 97,34%
Eneva (ENEV3) 92,40%
Direcional (DIRE3) 92,13%
Vivara (VIVA3) 82,82%
Rede D’Or (RDOR3) 81,48%
CPFL Energia (CPFE3) 75,54%
Fonte: Economatica
Data-base: 23/12/2025

Investimento no exterior

Os índices americanos de ações tiveram um 2025 consistente. O S&P 500 avançou cerca de 18% até 26 de dezembro, enquanto o Nasdaq Composite ganhou 22,5% e o Dow Jones subiu 14,75%. 

A Sandisk, fabricante de dispositivos de armazenamento de dados, estreou na Bolsa americana em fevereiro e fez sucesso, subindo 587% e liderando os ganhos entre os papéis que compõem o S&P 500. Depois, aparecem as ações da Western Digital, que também fabrica dispositivos de armazenamento, mas com foco em discos rígidos. A ação saltou 283% ao longo de 2025.

Em terceiro lugar, mais uma empresa do segmento de Sandisk e Western Digital: a Seagate Technology, que ganhou 226% no ano. A corretora Robinhood, que subiu cerca de 225%, também aparece no top 5 de valorizações do S&P 500, seguida pela Micron Technologies, que avançou 222% até o dia 26 de dezembro. 

Fundos de investimento

Mesmo com resgate de R$ 61,7 bilhões até novembro, houve estratégias vencedores nos fundos de investimento em 2025. Os multimercados renasceram ao longo do ano, segundo Guilherme Zaczac, responsável por Alternativos Líquidos para o Brasil no UBS Global Wealth Management. “Tivemos alguns bons gestores performando muito bem e entendendo que essas mudanças de tamanho da indústria trouxeram boas oportunidades”, diz. O bom desempenho não foi generalizado, mas os que fizeram boas leituras de cenário doméstico e internacional foram bem-sucedidos.

Levantamento feito pelo Infomoney com dados da Economatica mostra que os multimercados com patrimônio superior a R$ 500 milhões apresentam ganhos bem acima dos 15% da taxa básica Selic no ano até 10 de dezembro, chegando a 45% graças a estratégias diferenciadas, como o Equity Hedge da SPX, que faz arbitragens com ações. São destaque também os fundos de crédito privado, que surfaram nas oportunidades criadas pelos juros altos. Desses fundos, 30 conseguiram ganhos acima de 20% no ano. Na tabela abaixo, estão os 15 maiores rendimentos.

Nome Gestor Patrimônio
R$/mil
Retorno
no ano
Volatilidade (% ano)
SPX Hornet Equity Hedge Master SPXCapital 2.531.821 45,03 7,67
Gazin FI Mult Cred Priv Petra Capital 1.451.023 37,25 1,54
Frade III Cred Priv Vista Real Estate 521.730 33,61 7,06
Itaú Artax Ultra Mult Itau Asset 596.916 29,66 6,27
FIF Mult. LT Cred Privado BTG Pactual 1.288.821 29,49 14,35
Hdf FIF Mult Opportunity 894.349 28,13 12,55
Itaú Vql FIF Mult Itau Asset 945.644 27,42 6,70
Dahlia Total Return Master Dahlia Capital 1.167.953 27,05 11,74
Valbuena Cred Priv. BTG Pactual 5.330.629 26,26 9,14
Genoa Capital Sagres Master Genoa Capital 856.699 26,14 5,77
Parcitas Hedge Master Parcitas Invest. 722.718 24,63 8,35
Itaú Janeiro Mult Itau Asset 3.926.999 24,02 3,95
Mar Absoluto Master Mar Asset Manag. 2.023.841 23,92 11,41
Itaú Vértice Multimesas Itau Asset 1.819.930 22,86 5,50
Valute Mult Cred Priv Intrabank Asset 594.622 22,31 11,31
Fonte: Economática/Infomoney. Dados no ano até 10 de dezembro. Maiores rentabilidade entre fundos com mais de R$500 milhões de patrimônio.

Criptomoedas

Mesmo com queda de cerca de 6,5% no ano, o Bitcoin (BTC) foi listado por especialistas ouvidos pelo InfoMoney como a principal criptomoeda de 2025. “Apesar de ter gerado apreensão em alguns momentos de 2025, especialmente no fim do ano, com correções mais bruscas, o ativo também registrou altas históricas e, sobretudo, aprofundou sua consolidação institucional”, lembra Sarah Uska, analista de criptoativos do Bitybank. 

Com 2025 considerado um ano importante para a consolidação de criptoativos em seus segmentos, a valorização não foi o único critério para selecionar as melhores criptomoedas, segundo Uska, que ainda destaca o desempenho do Tether (USDT):“as stablecoins passaram a ser cada vez mais utilizadas para pagamentos internacionais, proteção cambial e gestão de caixa, inclusive por empresas”.

No entanto, quando o assunto é valorização, a Zcash (ZEC), que avançou impressionantes 603,8% até 15 de dezembro, é o grande destaque de 2025. A forte valorização veio com o retorno da demanda por criptomoedas de privacidade, “em um cenário global de maior vigilância regulatória e financeira”, explica Rony Szuster, head de research do Mercado Bitcoin.  

Renda fixa

Bater um CDI de 13,51% no acumulado do ano até o último dia 15 não foi tarefa fácil para os ativos de renda fixa. A poupança passou longe do índice, como já era esperado, com retorno de 6,92%. Já na casa dos dois dígitos – mas ainda abaixo do CDI –, o Tesouro IPCA+ gerou retorno médio de 10,66%, considerando o índice IMA-B, da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). 

Mas quem investiu em debêntures conseguiu retorno superior ao CDI, mostra o IDA-Geral, da Anbima, que reflete todos o desempenho de todos os tipos de debêntures. O retorno médio foi de 14,68%. Confira os rendimentos dos principais ativos de renda fixa em 2025: 

Ativos Retorno
Poupança 6,92%
Tesouro IPCA+ (IMA-B) 10,66%
LCI 85% do CDI 11,48%
Tesouro Prefixado 2032 12,71%
Tesouro Selic 2026 13,44%
Debêntures (Ida-Geral) 14,68%
CDB 110% do CDI 15%
CDI 13,51%
Fontes: Anbima, Gianluca Di Matina, especialista em investimentos da Hike Capital. Período: 01/01/2025 a 15/12/2025

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