Existe sim uma crise no agronegócio brasileiro, mas ela não é generalizada, como alguns apontam. A opinião é de Marcos Rubin, fundador da Veeries, marca especialista em inteligência de mercado no universo agro, em entrevista ao programa Raiz do Negócio, parceria entre o InfoMoney e o The Agribizz. “Contra fatos não há argumentos”, diz ele, ao citar fatores como recuperações judiciais e notícias relacionadas à inadimplência do setor, como os aviso do Banco do Brasil.
Para ele, realmente, há uma parcela de produtores no país que não conseguem deixar o caixa “no azul” por conta do alto nível de alavancagem. Isso, porém, não é algo generalizado, ressalta o executivo. Dentro deste contexto, segundo ele, produtores que fizeram uma reserva nos tempos de “vacas gordas” têm conseguido passar por este momento sem tantos sustos.
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Desde 2023
O momento de crise vem se arrastando desde 2023, lembra Rubin. Conforme explicação do especialista durante a entrevista à bancada do podcast, naquela época, alguns preços de venda começaram a cair, com custos sem um viés de redução na mesma proporção, o que provocou pressão na margem. E isso ainda acabou sendo potencializado por quebras regionais de safra.
Paralelamente, neste mesmo ambiente, a área de soja continua crescendo no Brasil. Assim como o milho safrinha e o algodão. “A gente tem alguns sinais um pouco divergentes. Temos uma crise, não dá para negar, com muitos produtores em dificuldade. Agora, não dá para generalizar para o agro como um todo, porque, se fosse generalizado, a gente teria uma redução de área plantada, com redução drástica de tecnologia”, falou.
Como estão as safras
A área plantada de soja está em ritmo de crescimento no Brasil, ressaltou o executivo. Em um plantio que ainda não foi finalizado, inclusive. “As condições de lavoura, até o momento, de forma geral, são boas”, disse. Há alguns bolsões de preocupação, segundo ele, com regiões já sinalizando que, talvez, a safra não seja tão boa quanto no ano passado. Mas ainda é cedo para uma conclusão.
Alguns locais que estavam sofrendo com o clima, por exemplo, mudaram de ânimo no início deste mês de dezembro por conta das chuvas que finalmente vieram. “O produtor que estava um pouco mais apreensivo já está mais calmo. Já vai começar a olhar a safrinha, olhar para o insumo que ainda não comprou e que quer adquirir”, comentou.
Sobre margens, ele ressaltou que, para 2026, o cenário será um pouco mais do mesmo na comparação com 2025. O problema, porém, é que esse contexto para o grupo de produtores em dificuldade tende a não ser suficiente.
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